Cada vez que assisto uma série ou filme mais antigo, fico viajando na relação passado vs. futuro. Em como a tecnologia é capaz de alterar tudo ao nosso redor e muitas vezes nem percebermos. Detalhes simples, muitas vezes até bobos, mas que me marcam de alguma maneira.
Outro dia estava assistindo alguns episódios antigos de “Seinfeld”, por exemplo, da primeira temporada. George Constanza (meu personagem favorito dessa genial série, diga-se de passagem) precisava fazer uma ligação para uma garota que estava saindo. Eu imediatamente o imaginei tirando um celular do bolso.
Só que é claro, em 1989, mobilidade para telefones ainda era uma palavra distante, estavam em carros e olhe lá. No episódio, toda uma situação era mostrada em torno de George tentando usar um telefone público, o popular orelhão, sempre ocupado. Ao mesmo tempo em que eu ria da cena, pensava que isso é uma piada que nem podem fazer mais atualmente, soa até inverossímil.
Você se imagina nessa situação nos dias de hoje? Eu nem lembro mais a última vez que fiz ligação de um orelhão. Pense então nas gerações futuras assistindo uma cena como essa, certamente vão achar um absurdo, e rir é sim do passado, não da piada.
Aliás, o que vemos hoje e achamos atual também vai ficar velho um dia. Ontem assistindo “Heroes”, o irmão de Claire fala sobre colocar vídeos no YouTube. Será que YouTube vai ser o que é ou até mesmo vai existir daqui 15 ou 20 anos?
Se daqui algumas décadas, você, um senhor nostálgico, quiser mostrar para o seu filho aquele seriado na TV que adorava, certamente vai ter que explicar um bocado de coisas. E não fique chateado se ele disser: “Que coisa velha!”